terça-feira, 24 de julho de 2018

Sobre a peça "Panorâmica Insana"

Olá,

Curiosamente fui no mesmo final de semana em outra peça muito intrigante neste final de semana chamada "Panorâmica Insana", um projeto de quatro atores com a direção da Bia Lessa no teatro Novo, na Domingos de Moraes, na Vila Mariana.

No elenco, eu conheci aduas das atrizes, Leandra Leal e Claudia Abreu, que não conhecia do teatro, mas sim da televisão e do cinema. A peça, ato contínuo com os quatro atores em cena o tempo todo, se dá em um mar de roupas espalhadas por um espaço imenso. As cenas são curtas e frenéticas com uma intensidade muito grande.

Começam com os quatro mudando de roupas sem parar e dizendo nome, filiação e número de documentos com vozes, posturas, entonação completamente diferentes a cada troca de roupa. O mar de roupas pelo imenso galpão, logo percebemos ser uma metáfora para corpos, vidas, pessoas que aquilo tudo representaria.

Ao longo das próximas uma hora e vinte, cenas aparecem nos remetendo a loucura, a pobreza, a religião, a luxúria, a guerra, aos milhares de migrantes que circulam pelo planeta.

O projeto parece ser uma reflexão clara sobre a bagunça que nós, seres humanos, recém chegados a história de nosso antigo planeta Terra, temos feito aqui, explorando o meio ambiente e as pessoas de forma a extinguir qualquer possibilidade de sustentabilidade do sistema que inventamos para ele.

O esgotamento da saúde mental das pessoas é equivalente ao esgotamento dos recursos naturais. A desigualdade insana entre recursos financeiros, que é o valor mais alto para nossa sociedade como se apresenta torna as relações inviáveis.

O folheto da peça nos traz informações desconcertantes sobre a distribuição da riqueza, sobre a violência, sobre a poluição, fazendo um fechamento caótico em nossa reflexão sobre como é preciso fazer algo para mudarmos a lógica de consumo, de relações entre as pessoas e o dinheiro, ou teremos um problema ainda mais grave do que temos tido e em breve.

Aqui nesse espaço a peça irá apenas até p domingo que vem, 29 de julho. Mas pra onde ele for, indico que quem puder, vá atrás. Daqueles socos na boca do estômago, que fazem bem para pensar.

Recomendo.

Um abraço,

Carol





2 comentários:

  1. Parabéns pelo post. Eu não sabia sobre essa peça, vou procurar.

    ResponderExcluir
  2. Olá, é uma peça muito marcante! Não sei se ainda está em cartaz em algum teatro, mas foi muito impactante assistir.
    Um abraço!
    Carol

    ResponderExcluir

Se estiver buscando psicoterapia, me escreva diretamente no email: torres.carolina@gmail.com.