quinta-feira, 8 de junho de 2017

Pensando sobre o suicídio

Olá,



hoje vim falar sobre o tema suicídio, pelo grande apelo que o tema tem tido nas redes socias. Pois bem, muitas perguntas e ideias  saltam a mente quando um tema como este aparece sendo tão debatido.

Será que este tema está em voga por aqui por causa da serie 13 reasons why? Ou será o contrário? A série está bombando porque o tema está em evidencia entre as pessoas?

A notícia sobre o falso jogo Baleia Azul teria a ver com o esse interesse da comunidade por ler a respeito?

O que será que vocês imaginam ler por aqui quando uma psicóloga decide topar esse desafio e falar sobre o suicídio?

Será que vocês esperam que eu explique o que significa o desejo de morrer ou de dar cabo a própria vida?

Sem dúvida a angústia que um suicída (ou quem tem estas ideias mesmo sem praticá-las) sente é imensa, a ponto de fazer com que se pense em desistir de forma tão definitiva.

A dor de alguem que nao ve saída para uma vida possível e sem sofrimento deve ser descomunal.

Porém, se, por um lado, desistir é possível e uma decisão legítima, dependendo do grau de impotencia que a pessoa sinta em dar conta da própria vida, por outro lado desistir também pode ser visto como um traço de um ou de vários quadros psiquiátricos ou psicológicos como a depressão, a ansiedade, a sindrome do pânico, a bipolaridade, entre tantas outras.

Nesse caso, desistir antes de buscar ajuda especializada com um psicólogo ou psiquiatra pode ser uma decisão prematura. Pois existem realmente quadros em que nao há serotonina disponível no cérebro para que a pessoa se sinta bem. E isso é algo orgânico, comparável, dadas as devidas proporções, a uma diabetes ou uma pressão alta, ppr exemplo, e que precisa de apoio medicamentoso, relativamente simples de resolver, se a pessoa compreender com menos preconceito que o cérebro é apenas mais um órgão do corpo que pode dar problemas assim como o rim, o coração, o estômago e os intestinos, por exemplo.

Se pudermos respeitar nosso cérebro e o que ele nos causa quando está em desequilíbrio de hormonios e substâncias que mudam nossa percepção sobre o mundo, muito menos preconceito haveria em quem trata de doenças mentais, como estas que levam a pensamentos suicídas.

Outra coisa que eu gostaria de comentar é sobre as relações humanas. Com certeza esse é o cerne de muitas das ideações suicidas: problemas graves na comunicação afetiva com outros seres humanos, sejam eles familiares, amigos, colegas de trabalho, faculdade ou escola, namorados, etc.

Veja bem, não é possível basear nossa vida na vida de uma outra pessoa. As escolhas de cada um precisam ser respeitadas. Independente de alguém ter te magoado muito, isso não vale a morte, por que isso irá passar.

Se uma relação com alguém te faz pensar tão pouco assim sobre você, é a sua relação consigo mesmo que precisa de reparos.

Você deveria estar em primeiro lugar para si mesmo. Do contrário ninguém mais vai achar que vale colocar você em um lugar importante na vida dela, já que nem você mesmo que conviveu consigo a vida inteira, o faz.

Pode parecer complicado e estranho falar sobre amor próprio num artigo sobre suicídio, mas sim, esta custuma ser uma das razões principais que geram essas ideações. Se afaste disso e se valorize e este pensamento se distanciará de você.

É claro que há uma poética ao redor da dor e dos temas existenciais que glamourizam a morte e o suicídio. Mas deixa eu te lembrar que não há nenhum glamour em estar morto. Morrer é o contrário exato do glamour. É podre e nojento. E feio e decepcionante.

Apesar disso, faz parte da vida morrer. Mas não precisa ter pressa nenhuma. Bora errar bastante, sofrer o necessário e aprender com isso que ficaremos mais fortes.

E se tiver muito difícil estar sozinho, procure um grupo de apoio e acolhimento pra chamar de seu: vá procurar sua turma! Apoio se encontra em um hobby, numa atividade física, num grupo de leitura, num grupo de estudos, na família, entre tantos outros espaços!

Fica aí sozinho não, que o mundo é bão!

Um abraço!
Carol

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