O tema de hoje tem a ver com um trabalho voluntário que estou prestando na Casa 1, um espaço de acolhimento em São Paulo.
Me cadastrei para o grupo de psicólogos para atender uma das pessoas que moram na casa temporariamente e para trabalhar com eles recebemos um treinamento que explica bem como funciona a casa e quais os projetos que acontecem lá e o que eles estão aprendendo com essa experiência.
A casa na verdade, além de acolher as pessoas da comunidade LGBT que foram expulsas de casa ou que vivem numa situacao de vulnerabilidade, tambem tem uma parte embaixo que é um centro cultural que tem uma biblioteca de livre acesso, computador com os monitores que ajudam as pessoas a acessarem dados básicos ou se cadastrarem em algo que precisam, uma sala de exposições de artistas LGBT e uma sala de cursos que abriga aulas de ingles, oficinas para crianças e mães e palestras profissionalizantes ou de debate de políticas e questões importantes.
Além de abrigar os moradores por cerca de três meses ou até se organizarem para sair, ela também oferece um espaço que pode ser utilizado durante o dia, para que quem não possam morar lá por falta de vagas, possa pegar roupas, lavar roupas, tomar um banho e se sentirem acolhidos de alguma maneira ali, durante o dia.
Há também um plantão as sextas feiras de acolhimento com psicólogos que podem orientar e encaminhar estas pessoas para serviços de saúde ou para psicólogos da rede que está sendo montada aos poucos.
Na casa moram atualmente 11 pessoas e eles estão procurano trocar uma cama por beliche para abrigar mais uma.
Há filas de pessoas buscando acolhimento de todo o Brasil, mas a principal meta deles é a de acolher quem está no território da casa e encaminham estas outras pessoas para outros espaços parceiros como o projeto Mães pela Diversidade, pois perceberam em suas parcerias e comversas que, mesmo os serviços do Estado, que são considerados referências, até aqui em São Paulo tem uma visão bastante antiquada e inadequada da questão LGBT.
Neste sentido o espaço serve como um lugar essencial também de formação para estes profissionais de espaços de referência e parcerias tem sido travadas com este intuito.
Para que tudo isso aconteça, o projeto precisa de voluntários de braços e mente aberta para ajudar a acolher todas as diferenças, como eles tem conseguido fazer ampliando o olhar do bairro em que estão, levando a ideia na prática de que uma comunidade de sexualidades diversas como é a da Casa 1 pode acolher e ser um ponto de união comunitário para todos, como ela vem se mostrando.
Na palestra, Bruno e Iran se mostraram muito encantados e ao mesmo tempo exaustos com a quantidade de informação e demanda que chegam a eles o tempo todo como casa de acolhimento e como centro cultural, mas é visível como estão abertos a discutir e receber pessoas interessadas e a ajudar a ampliar o olhar para essa mistura e para o respeito entre as diferenças, valorizando o espaço geográfico onde estão com seus recursos humanos e relacionais e com.suas dificuldadea também.
Para que o projeto se mantenha, eles dependem de parcerias, voluntarios engajados e de doações através do site da benfeitoria que agora é um projeto recorrente. Você pode compartilhar com seus amigos e doar o quanto puder e quando puder.
Divulgue essa iniciativa e fomente o seu grupo de amigos, forme coletivos em sua cidade, se organize e monte espaços de acolhimento a diversidade você também!
Vamos tranformar essa realidade juntos?
Um abraço!
Carol
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